A trajetória da cana-de-açúcar no Brasil: perspectivas geográfica, histórica e ambiental
No ano de 2017, o Brasil se posicionou como o maior produtor mundial de cana-de-açúcar e de açúcar, e o segundo de etanol. O que explica essa constância da cana-de-açúcar e dos seus derivados nas pautas de produção e de exportação brasileiras? Quais são as condicionantes físicas que explicam a expansão dos canaviais e, consequentemente, das unidades manufatureiras e industriais do açúcar, etanol e agroenergia em certas regiões do território brasileiro? Como esses determinantes, associados a fatores históricos, políticos e econômicos, levaram a arranjos territoriais e a impactos socioambientais diferenciados ao longo desses cinco séculos?
Essas indagações nortearam o desdobramento dos temas tratados neste livro, descortinando um longo processo iniciado no período colonial, que aglutinou enorme quantidade de variáveis de abrangência política, econômica, social e tecnológica, ancoradas nas características físicas, sobretudo hidroclimatológicas, dos solos e do relevo das áreas onde a cana-de-açúcar, os engenhos e as usinas foram implantados.