METODOLOGIA E PRÁTICA DE ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA responde a dificuldades encontradas por professores ao utilizar o método estrutural no ensino da Língua Portuguesa como primeira língua ou língua materna, discutindo o que, o quando e o como ensinar e que tipo de habilidades linguísticas o método é capaz de desenvolver.

O método estrutural, em princípio criado para desenvolver habilidades linguísticas em língua estrangeira, foi adaptado para o ensino da língua materna sem a devida crítica que analisasse os problemas dessa transposição e sem estudos que apresentassem propostas e orientações para uma maior eficiência de sua nova aplicação. Em consequência, o método teve seus objetivos esquecidos e suas estratégias superficializadas, transformando-se os exercícios estruturais em apenas um tipo de exercício, deslocado de um método de ensino com objetivos específicos e sem se ter a consciência das habilidades linguísticas que tais exercícios podem desenvolver.

Esta obra vem preencher essa lacuna à medida que os autores apresentam as bases linguísticas, pedagógicas e psicológicas do método, mostram como construir os exercícios estruturais e aplicá-los ao ensino de recursos da Língua Portuguesa dentro de uma técnica que atende a princípios de progressão, constância, variedade, quantidade e situacionalidade. Os autores também apontam para a eficiência do método estrutural no desenvolvimento de algumas habilidades linguísticas e para a sua limitação no desenvolvimento de outras. Por isso, deve ser utilizado em integração com outros métodos, técnicas e tipos de atividades no ensino da língua materna para que o trabalho conduza os alunos à utilização plena de suas capacidades de compreensão e expressão. Fica claro que os exercícios estruturais são um tipo de atividade de "gramática de uso", como proposta por Travaglia (1996) e que, como tal, devem ser utilizados.