O livro A Igreja como Poder Eclesiástico e Civil em Thomas Hobbes, do autor Wagner de Mello Elias, examina a complexa relação entre religião e política no pensamento do filósofo britânico, focando na análise das partes III e IV do Leviatã. A obra investiga como o filósofo entende a Igreja não apenas como instituição religiosa, mas como um poder eclesiástico que se manifesta dentro do Estado; desafiando a ideia de um poder espiritual separado do poder civil.

Elias argumenta que Hobbes, ao tratar da religião natural e revelada, busca unificar o poder político e eclesiástico sob a autoridade do soberano, a fim de evitar conflitos e garantir a obediência dos súditos. O autor destaca a originalidade de Hobbes em situar o problema político-religioso em sua epistemologia, utilizando o conceito de "poder eclesiástico" para analisar a influência da Igreja na sociedade civil e propor soluções para superar a cisão entre poder temporal e espiritual, culminando na concepção de uma "República Cristã". A obra é uma contribuição significativa para os estudos hobbesianos, destacando a atualidade do pensamento do filósofo para as questões contemporâneas sobre poder e religião.

Parte da Coleção Estudos Filosóficos, publicada pela Edufu, A Igreja como Poder Eclesiástico e Civil em Thomas Hobbes reafirma o compromisso da coleção em oferecer ao público estudos acadêmicos de excelência, contemplando diferentes correntes e perspectivas filosóficas.

O livro é fruto da tese de doutorado de Wagner de Mello Elias (1961-2013). O autor foi professor da Universidade Federal de Uberlândia desde 1998, tendo colaborado decisivamente para a implantação do Curso de Graduação em Filosofia e que dedicou sua vida acadêmica ao estudo da filosofia política, com especial ênfase na obra de Thomas Hobbes. Sua tese foi concedida postumamente, após seu falecimento, logo depois da entrega da versão final do texto. A publicação da obra reforça a atemporalidade de sua pesquisa e sua contribuição para o campo dos estudos hobbesianos.